quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Arquitetura promove a economia, cidades e a cidadania.


 Criatividade e bom humor são recursos para atrair pessoas à ruas e assim dar nova vida a locais abandonados.


Ao longo da história temos inúmeros exemplos de projetos arquitetônicos que promovem o turismo, a economia e principalmente atraem pessoas dando vida ao entorno. Muitos nem foram construídos com esse fim, até pelo contrário, eram retiros, como muitos templos e igrejas pelo mundo.


São claros os exemplos de novos museus e centros culturais que conseguiram revitalizar totalmente bairros e cidades, como o Guggenheim de Bilbao. Mas a gentrificação é uma consequência imediata que retira moradores antigos desses locais. 


O mundo contemporâneo ficou complexo e a globalização também homogeneizou a oferta de produtos e serviços, desta forma quando visitamos grandes cidades vemos muita coisa repetida que já conhecemos, as mesmas redes de fast-foods, de moda, cafés, restaurantes, hotéis, etc.


Além disso, o novo estilo de vida incentivou as pessoas a permanecer em casa, e as cidades ficaram sem muitas opções públicas de lazer. Um dos pontos bastante questionado é que a arquitetura e o urbanismo não atraem as pessoas às cidades. Muitas destas realmente foram pensadas para veículos, para circular dentro de um carro.


Desta forma se tornou muito aborrecido andar pelas cidades, não estímulo aos mais jovens, principalmente as crianças. Muitas cidades tem estimulado o chamado 8/80, ou seja uma cidade é boa e segura quando encontramos pessoas de 8 e 80 anos andando sozinhas pelas ruas.


Por este motivo, muitos profissionais tem estimulado o uso de bom humor e de equipamentos lúdicos e coloridos para promover a mobilidade urbana e a cidadania: a vida ao ar livre no seu sentido mais amplo, já que a origem etimológica é do latim civitas, que quer dizer cidade.



É o caso do escritório 100architects, que tem promovido está reflexão, como o High Loop que transforma um viaduto de 1km de extensão em um equipamento lúdico e colorido, sem alterar a estrutura principal. 

 


Octopus Kingdom é outro exemplo que alterou a paisagem urbana de forma lúdica e atraente no telhado do Gateaway One, um shopping center recém-construído no distrito de Nanshan, Shenzhen, China. Para os arquitetos a intervenção colorida funciona como uma atração urbana.




O escritório também aponta para a importância dos espaços públicos promoverem a diversão e o brincar que que para eles “Brincar não é só para crianças”. 

O projeto tem o nome de Trilha Pegasus, fica na cidade de Chongqing, a terceira maior cidade da China, é inspirado nos desportos equestres, daí o nome.

O desenho do cavalo alado numa fita amarela, cria como um rastro que gera mini-praças circulares que servem como plataformas de lazer e interações sociais, permitindo o uso para públicos variados.

Este tipo de solução não deve ser homogênea, porém, muitos espaços de nossas cidades geram insegurança, afastam as pessoas e se tornam assim, cada vez mais abandonadas.

Estes projetos demonstram que com poucos recursos é possível mudar significativamente o local tornando-se uma atração com uso da arquitetura e do design.





artigo originalmente publicado na Revista Mix design Agosto 2021

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