ARQUITETURA DE LUXO E UM NOVO CONCEITO DE INTERIORES
POR ALVARO GUILLERMO
Como vimos nos artigos anteriores o conceito de luxo mudou, então o que caracteriza casas com arquitetura e interiores de luxo? O que agrega valor ao imóvel posicionando-o no mercado de luxo?
Obviamente o primeiro ponto, mas não o mais impor-tante, é a localização. Estar num condomínio de luxo, não necessariamente define a arquitetura de luxo, mas ajuda. Acesso ao local, segurança, áreas verdes preser-vadas e protegidas, boas dimensões dos lotes e sua posição em relação ao meio ambiente são pontos básicos.
No entanto é bom ressaltar que alguns empreendimentos de altíssimo padrão não tem acesso fácil. O Reserva Pituba em Alagoas é um condomínio que seu acesso se dá por aeroporto dentro do condomínio, chegando de jatinho e daí ao seu lote pode ir num voo curto de helicóptero ou carro. Isso permite que os moradores sejam de diversas cidades do país e exterior. O mesmo ocorre com algumas marinas e casas no litoral como Angra dos Reis onde o acesso é por iates pelo mar. Em todos estes casos o luxo está presente mais na relação com a natureza e o acesso é uma consequência.
A arquitetura de luxo valoriza o tempo do morador na sua casa, assim, a relação com o natural é prioridade, desta forma a arquitetura disponibiliza grandes áreas iluminadas, aberturas que permitem a entrada total da iluminação e ventilação natural. Por isso, estas casas tem estruturas que permitem grandes vãos livres. Muitas vezes à mostra, ou seja, o concreto aparente é um sinal que a estrutura foi pensada juntamente com a arquitetura. O mesmo ocorre com metal e madeira e em diversos ambientes.
Estes vãos livres com a abertura total das janelas permitem uma integração do interior com o exterior, e em seu uso diário as pessoas percorrem os ambientes sem perceber se estão dentro ou fora, é o que chamamos de In-out. Muitas marcas europeias de mobiliário vêm apresentando este conceito há mais de dez anos. Empresas como a Driade utilizam o mesmo mobiliário publicidades com fotos de interiores e exteriores, com chuva, neve e sol, tentando traduzir este novo conceito. A coleção de móveis
'Oh It Rains Outdoor da B8-B Itália desenhada por Philippe Starck é apresentada como uma sala de estar, só que pode ficar no exterior e na chuva.
Isto modificou totalmente o conceito de design de interiores, já que o ambiente tanto pode eventualmente estar com uso de interior como de exterior. O que também altera a escolha de materiais de acabamento e produtos como poltronas e sofás por exemplo. Seu design permite ser a extensão de uma sala de estar interna, ou ao mesmo tempo, a extensão de uma área gourmet, de piscina ou até de tudo ao mesmo tempo. Desta forma o sofá deve ser pensado para sofrer com a ação da intempérie, de pessoas sentando molhadas, ou usando roupas de festa.
No caso do Brasil este conceito parece ainda mais adequado, o clima tropical favorece a estar em casas onde não temos tanta necessidade de abrigo e sim mais de curtir a natureza, o que é um verdadeiro luxo. A Tidelli tem desenvolvido produtos desde sua origem com este conceito permitindo por exemplo refeições ao ar livre, um café da manhã com a vista para o mar, sentindo o cheiro, a brisa e o som da natureza. E a noite no mesmo ambiente um jantar ao luar. Esse é um dos conceitos que permitem valorizar o imóvel e classificar no mercado premium.
Artigo publicado originalmente na Mix design 72
Nenhum comentário:
Postar um comentário