terça-feira, 12 de novembro de 2024

O futuro das cidades e as cidades do futuro.

Diante dos últimos desastres climáticos o mundo inteiro passou a entender a urgência de debater questões simples para a sobrevivência da espécie humana.

Isto parecia algo raro para o Brasil, a não ser pelas secas e incêndios recorrentes destas secas.

Mas as chuvas e alagamentos deste ano no Rio Grande do Sul demonstraram que temos muito mais com o que nos preocupar.

Algo que vem ocorrendo há muito tempo em várias cidades brasileiras, mas, que passado o evento climático é esquecido. Todo ano a cidade de São Paulo alaga com as chuvas de verão, a maioria esquece que São Paulo é uma cidade de rios (ver mapa), por baixo dessa cidade de asfalto e concreto existem milhares de córregos, riachos, rios e nascentes que emergem com as chuvas, que correm mais rápido pela cidade impermeável.


Rios da cidade de SãoPaulo



Balneário Camboriú em Santa Catarina, Olinda em recife e Fortaleza em Ceará, por exemplo, já não tem praias. As construções próximas à orla e a elevação do nível do mar tem acabado com a área de areia. Rio de janeiro registra frequentemente a invasão do mar nas avenidas da orla.

Santos não será diferente. Uma ilha com canais depende totalmente das marés oceânicas e da elevação do nível do mar.

Independente dos motivos, se trata de uma discussão longa, o certo é que nos últimos cem anos o nível do mar subiu 20 cm, crescimento que vem ocorrendo de forma exponencial, tendo a maior evolução de 2012 a 2023, ou seja, esta última década.

O importante neste momento é que arquitetos e designers se envolvam neste debate e apresentem ideias para retomar a pauta de uma visão de futuro das nossas cidades, que cidades gostaríamos de ter? Em que cidade gostaria de viver?

Precisamos desenvolver e disseminar pesquisas transdisciplinares focadas nas mudanças climáticas e bem-estar urbano social, cultural e espacial.

Cem anos atrás a visão de futuro eram cidades de concreto escuras e totalmente dependente das máquinas. Como mostra o filme Metrópoles de Fritz Lang ou a capa do livro Future Cities: Architecture and the Imagination de Paul Dobraszczyk. Será que acertou?


Fritz Lang. Film still from Metropolis. 1927 | MoMA


Future Cities: Architecture and the Imagination de Paul Dobraszczyk.



40 anos atrás a visão de futuro era de cidades tecnológicas, a alta tecnologia moldando o urbano. É isso que estamos vivendo?

E hoje, como vemos as cidades no futuro? Como você imagina que seria o futuro ideal de nossas cidades?

Muitos estudiosos estão apostando em cidades focadas no ser humano e na natureza, ou seja, sustentáveis.

Saímos da mata e do rural, com medo da solidão na natureza (fauna e flora) para viver em locais que passamos a chamar de urbes, polis, cidade, urbano. E em muito pouco tempo percebemos que o extremo não foi uma boa solução. Temos que alterar o foco com urgência, iniciando o quanto antes esta mudança. Principalmente porque a Natureza segue a ordem analógica do tempo certo de crescimento. Para termos árvores no futuro, precisamos começar o plantio já. Para termos águas limpas no futuro, precisamos tratar e cuidar da nascente já.

Repare na linha do tempo qual você escolhe?





artigo publicado na Revista MIXDesign 78





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