O mercado exige, cada vez mais, que as empresas deixem claro seus valores, a missão e principalmente a origem de seus produtos e serviços. Na área da criatividade isso tem sido mais frequente, e arquitetos e designers não devem ficar atrás.
Pesquisa recente da Accenture mostra que 79% dos consumidores brasileiros querem que as empresas se posicionem em relação a assuntos importantes em áreas como cultura, meio ambiente e política. E 83% preferem comprar de marcas que defendem propósitos alinhados com seus valores e são transparentes em relação a origem de seus produtos.
E o mercado de luxo, que tem um público mais atento a questões ambientais e políticas, tem tomado decisões de compra de produtos e serviços a partir da identificação com os valores da marca. Desde o tênis Destroyed Balenciaga à contratação ou não de criativos como Calatrava, o escritório MVRDV ou Jean Nouvel.
Principalmente arquitetos devem tomar a iniciativa em questões ambientais, climáticas, urbanas e sociais. Podem inclusive empreender e dar o exemplo como fez Tom Dixon em Londres, instalando seu Studio e fábrica numa área abandonada no entroncamento da estação central de trem e metrô. Desta forma sua instalação acabou contribuindo para a revitalização da área. Hoje um dos metros quadrados mais valiosas da cidade e mais visitadas tambem, em pleno crescimento.
Ou como fez a arquiteta Gelissa Cazarini em Piracaia, SP, instalando seu Studio no antigo cinema da cidade. A revitalização da fachada é um exemplo de empreendedorismo feminino e de altíssima contribuição social, impulsionando os vizinhos a seguir o mesmo caminho.
Outro ótimo exemplo é de Alagoas das irmãs arquitetas Ana Maia e Rosa Piatti, instalando o ateliê e loja no histórico mirante Santa Terezinha. Devolvendo à cidade um ponto turístico esquecido e abandonado. Ainda contribuiram com uma intervenção artistica que estimulou a cidade a repetir o mesmo exercicio em outros locais.
Essa força que os arquitetos e designers têm de conseguir enxergar o futuro, por isso a palavra é projeto, pode e deve se ser usada como ferramenta empreendedora. Deixando claro sua identidade, ideias e valores, isso irá contribuir para que sua marca se fortaleça junto a seu verdadeiro público e clientes.
originalmente publicada na Revista MixDesign 74
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