Em tempos de ressurreição e na dificuldade de acreditar no que é real, o que não é, acreditar na que é ciência, acreditar nos que a negam, em tempos de pessoas presas a máquinas digitais e que tomam pílulas, nestes tempos em nada melhor que rever Matrix.
Aproveitando o lançamento do IV filme da saga de Neo, minha dica é rever a trilogia, lógico, mas principalmente da leitura deste livro Matrix: bem-vindo ao deserto do real, de William Irwin, da editora Madras de 2003.
William é filosofo e professor de filosofia, reúne nesta obra outros colegas acadêmicos da área para fazer boas reflexões sobre o que é real e aquilo que sentimos e vivenciamos, muitas vezes mediado por tecnologia.
Traz vários outros grandes nomes da filosofia e teologia para analisar detalhes do filme, como o mito da caverna de Platão, conhecimento e realidade, o pensamento cartesiano e o materialismo, o budismo e a bíblia cristã, liberdade, teoria da libertação, Marx, Kant, Marcel Duchamp..... O que faz da revisão do filme mais interessante ainda.
Na primeira edição brasileira tem uma introdução do editor Wagner Veneziani Costa que estimula ainda mais a continuar a leitura. Destaco aqui um trecho deste capítulo que analisa os signos numéricos presentes no filme.
Outro capítulo interessante é do Charles Griswold e trata da felicidade conhecimento e ignorância, nada melhor nestes tempos. No trecho em destaque faz uma alusão à alegoria da caverna de Platão.
“Ninguém desperta a si próprio, embora possa se remexer com lembranças primitivas, como acontece com Neo, a ponto de ter a vaga sensação de não saber se está acordado ou dormindo (Morpheus pergunta a Neo se ele já se sentiu assim). Morfeu é o nome do deus grego dos sonhos. Por que o libertador de Matrix tem o nome dessa divindade? Parece estranho, afinal de contas, que aquele com a missão de acordar seja o especialista em sono. O nome do deus vem da palavra grega morphé, que significa forma; pois o deus podia conjurar no adormecido todos os tipos de formas.” Griswold pág 158.
“A maioria das pessoas não está pronta para ser libertada” Morfeu.
Se interessar tem aqui neste blog outra resenha ligada a Matrix que aparece no início do filme quando Neo está lendo, BAUDRILLARD, JEAN Simulacros e Simulação Coleção: ANTROPOS Editora: RELOGIO D'AGUA, 1991.
https://www.blogger.com/blog/post/edit/3169773127506169612/4044253184452757062
Nenhum comentário:
Postar um comentário