terça-feira, 23 de maio de 2023

Luxo na arquitetura e interiores.

 Luxo na arquitetura e interiores.

Como a gestão do luxo pode ensinar nosso segmento.

Por Alvaro Guillermo





Um dos momentos mais importantes da palestra de Carlos Ferrerinha durante o Summit23 do Club Design Litoral Paulista foi que é possível ensinar técnicas e ferramentas de gestão do luxo para aplicá-las em todos os segmentos.  Ao longo de sua carreira de sucesso, principalmente à frente do grupo LVMH, como Diretor de Marketing, Comunicação e Novos Negócios da Louis Vuitton Caribe, América Latina e Brasil, finalizando como CEO da operação Brasil – sendo o mais jovem executivo em posição de Presidência no Grupo LVMH, Ferrerinha encontrou alguns pontos fundamentais que todas as empresas podem utilizar para manter-se num desafio constante de inovação e qualidade. Desta forma, cada vez que empresas atingem um novo patamar mais elevado de satisfação de seu cliente, é necessário pensar o próximo degrau acima, já que:

“paladar não retrocede”.


Esta frase resume bem este conceito de constante aprimoramento, é mais que o título de seu livro, é um lema que orienta empresas e equipes a perceberem o comportamento do ser humano.

Todos nós agimos desta maneira, nos acostumamos com alguns procedimentos e depois não aceitamos algo abaixo ou que precede o estágio de qualidade e atendimento já experimentado. Torna-se uma constante “Change is the only constant” Heraclito. Desta forma teremos sempre clientes cada vez mais exigentes.

 

Nosso mercado de arquitetura e interiores, já exerce um padrão de atendimento muito próximo ao que marcas de luxo utilizam em outros segmentos. 

Assim como todo nós queremos um tratamento especial do Banco X, pois temos uma conta especial, nossos clientes também entendem assim quando se relacionam conosco.

Isto levanta outro ponto crucial neste relacionamento entre marcas, empresas, especificadores e clientes: Exclusividade. Esta exclusividade não se oferece a todos, caso contrário deixa de ser exclusividade.

Quem busca atendimento especial deve buscar marcas que ofereçam essa exclusividade, e obviamente, isto tem valor, portanto não se discute preço. Luxo não tem a ver com preço e sim com desejo das marcas. Marcas de luxo são desejadas, produtos e serviços escolhidos por necessidade são comparados por preço.

 

As empresas devem buscar em suas identidades aquilo que podem fazer com excelência de forma que as torne desejáveis, criando formulas próprias, sem copiar os outros. E oferecer com exclusividade àqueles que desejam esse diferencial e podem pagar por ele.

A equação difícil é convencer o mercado que seus produtos e serviços custam mais caros, e não oferecem nada diferente da concorrência. Neste caso a comparação será por preço. Ou querer ter um tratamento exclusivo e especial, mas não querer pagar por isso, ou não ter um relacionamento com a marca que promova isso.

 

Tudo isto serve para todos, empresas de arquitetura e interiores, lojas do segmento e o cliente final.

Um grande exercício é colocar-se sempre na posição de cliente. Observe as suas reações frente a ofertas de produtos e serviços e imagine seu cliente na mesma posição, no ambiente digital e presencial. Veja como você se comporta quando chama um Uber e pense como seu cliente entende sua comunicação por whatsapp por exemplo. Ou veja como você reage a um atendimento num restaurante, numa espera longa, ou numa demora de atendimento na mesa já sentado, ou a demora à chegada dos pratos, e pense em seu cliente com seus serviços.

O Luxo está nos detalhes, nas emoções e desejos, que marcam um experiencia singular e exclusiva.



Artigo publicado originalmente na Revista Mix Design 70 (aniversário) Abr. 2023


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