quinta-feira, 14 de março de 2013

Slow Design Casa Cor Campinas



Pavilhão Slow Design é um dos destaques da CASA COR CAMPINAS 2012.
Assinada pelo arquiteto Otto Félix, a instalação artística baseada no conceito de slow design é um cubro de vidro, no qual o visitante da mostra poderá parar o tempo e… Sentir-se!
“Ninguém tem tempo para nada. Estamos correndo, vindo e indo para algum lugar e nunca estamos de fato. Como as pessoas percebem as coisas ao seu redor em meio a esta correria desatinada? O estar para a arquitetura é muito importante, é valorizar o tempo do homem e é essencial para o conforto físico e para a mente das pessoas. Portanto, valendo-me do conceito de slow design do designer teórico argentino Alvaro Guillermo, imaginei uma instalação dentro da mostra que fizesse com que as pessoas parassem por alguns minutos para simplesmente sentir”,revela Félix.


O arquiteto conta que o projeto foi elaborado para mexer com todos os sentidos dos visitantes da exposição. Do lado de fora, o que se enxerga é um cubo de vidro que muda de cor conforme a luz do dia – tudo graças a uma película tecnológica da 3M, chamada Dichroic Films da 3M™, lançamento nacional. Ao entrar na instalação uma passarela de EVA, macia, provoca o visitante a mudar o ritmo do dia-a-dia e começar a experimentar o ambiente. Internamente, as paredes e o teto do cubo de vidro são compostos de desenhos feitos em chapas cortadas a laser e que formam ruas e quadras, remetendo a uma malha urbana, à cidade. A iluminação solar sobre as chapas compõe formas que, somadas ao espelho d´água logo a frente da passarela de EVA, instigam o sentido de atemporalidade.

Atrás do espelho d´água está instalado um grande painel laranja (de 5,0m x 2,5m) formado por um enorme trançado de borracha. “Tudo foi feito manualmente, pois o slow design valoriza muito o tempo do artesão, é percebido como um valor. Em última instância, dizem que o futuro é sustentável, sem processo industrial, características do conceito do slow design”, explica Félix. Parte do painel forma uma poltrona, uma espécie de cadeira de balanço moderna, desenhada pelo próprio arquiteto. “A ideia dessa poltrona vem justamente da cadeira de balanço e ao que ela nos remete. Ao nos recostarmos em uma cadeira de balanço, é necessário que tiremos o pé do chão, nos concentremos no movimento de ir e vir, pendular, desta cadeira. Para fazer isso, precisamos de tempo e acabamos relaxando. O pendulo também é como medimos o tempo no ocidente”, diz.
Para completar as sensações da instalação, Otto Félix escolheu como som ambiente a música minimalista de Philip Glass, Glass Works. “É uma técnica extrema, ao piano. Tudo a ver com o slow design”, conta o arquiteto. “Não espero que os visitantes compreendam cada detalhe pensado. A minha ideia é que eles sintam apenas, que façam uso do take your time”, conclui Félix.

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