domingo, 12 de julho de 2020

No passado os óculos eram acessório de saúde, hoje com design são "fashion". No futuro será a vez das máscaras.

Num passado bem recente o uso de óculos era apenas para melhorar a qualidade da visão.

Aí entrou o design e mudou a relação do objeto, deixou de atender apenas a saúde para atender aos desejos pessoais, emocionais e a moda, virou "fashion".

Num futuro não muito distante será a vez das máscaras.




Lembro de na infância, amiguinhos que não queriam usar óculos, se sentiam mal, excluídos. Eram necessários, por questões de saúde, precisavam melhorar a visão. Mas seu uso era desconfortável, não conseguiam fazer esportes, brincar com a mesma desenvoltura que os demais. Hoje vejo crianças querendo usar óculos, mesmo sem necessidade de saúde, apenas por uma questão estética, de ter um acessório personalizado, que os identifique. É enorme a oferta de óculos sem grau, com lentes transparentes ou coloridas de grandes marcas. Como a Prada que lançou um óculos para ir ao cinema.







De Sofia Loren, passando pelo Fantástico Elton John, Marília Gabriela a Harry Potter, os óculos viraram uma febre e entraram para o mundo da moda, por que? principalmente pelo design.




As máscaras hoje são um acessório obrigatório, desrespeitar seu uso é taxado por multas. Tudo isto porque falta design. Assim que bons designers desenvolverem novos produtos, empresas oferecem diversidade, as mascaras serão acessórios pessoais, e num futuro breve farão parte da moda.

Não se trata apenas desta pandemia do Covid, mas também por outros critérios de saúde como poluição do ar, purificação do ar, afastar odores, interlocutor de comunicação de idiomas diferentes, entre outros atributos. Até que  o design das máscaras comece atrair nossos desejos de usar uma mesmo sem necessidade.







Vejam este caso:  Ao-air, que além de design tem também alta tecnologia. Garantem que pode ser até 50 vezes melhor do que as máscaras principais testadas. E de 5 a 25 vezes melhor do que o N95 na proteção contra partículas. Traz um sistema proprietário D'Fend e nanofiltração ativa que foram projetados a partir do nível molecular para protegê-lo e limpar 98%. O design foi pensado para  mostrar seu rosto, permitindo que respire livremente, sem selo ao redor da boca e do nariz. Esse sistema permite que o ar fresco e limpo escape confortavelmente da máscara ao redor do rosto, criando uma saída contínua e unidirecional que mantém o ar externo fora.


O que acham deste futuro?


Um pouco de história.



A palavra óculos surgiu na antiguidade clássica e vem do termo ocularium, que designava os orifícios feitos na parte superior das armaduras dos soldados para permitir que eles enxergassem.


O grande orador romano Cícero (106-43 dC) precisava de escravos para ler textos em voz alta.


O imperador Nero (37-68 dC) criou um instrumento visual especial para assistir as lutas entre gladiadores, usava uma pedra verde transparente, com isto a luz da pedra era mais refrescante aos olhos. Essa crença durou até o século 19 e até hoje esse tom de verde é definido para lentes solares.

O astrônomo árabe Ibn al-Heitam (c. 965-1040 DC) foi o primeiro a sugerir que lentes polidas poderiam ajudar pessoas com deficiência visual.


No século 13, monges italianos criam uma lente semi-esférica de cristal de rocha e quartzo que, ao ser colocada sobre um texto o ampliava. Nesse mesmo século as oficinas de vidro de Murano desenvolvem um vidro bem transparente para a época, os cristalleri, que sua produção foi um segredo bem guardado. Estes ganharam o termo “vidro para os olhos” e Leonardo da Vinci mais tarde os chamou de “janela da alma”, fazendo uma relação entre os Vidros e as janelas e os olhos e a visão das coisas imateriais, daí a alma.



Em 1270, na Alemanha, aconteceu outra grande mudança: foi criado o primeiro par de óculos unido por rebites e feito com aros de ferro. Ele ainda não possuía hastes e mais parecia um compasso.


Os "óculos de hastes" se disseminaram a partir de 1850, e o design se manteve inalterado no fim do século 19 e ao longo do século 20.


domingo, 5 de julho de 2020

Ordos Art & City Museum / MAD Architects



No meio do deserto e no alto de uma praça urbana em forma de duna, surge o Museu da Cidade e Artes de Ordos na Mongolia Interior na China. 




Projeto dos incrível escritório Mad Architects. O mais interessante é que este projeto fantástico está coerente com o entorno e o discurso que esta cidade propôs para futuro a não ser pelo fato de se tratar de uma cidade “Fantasma”. Sim isso mesmo, Ordes foi Construída para receber mais de um milhão de habitantes, a cidade de Ordos tem 20.000 habitantes com apenas 2% dos seus edifícios foram ocupados. Região do Império Mongol onde nasceu Gengis Khan hoje uma província da China com alto PIB.




O projeto foi desenvolvido atento à paisagem urbana e ao conflito entre as tradições milenares e seus sonhos de futuro. “A MAD imaginou uma forma abstrata misteriosa capaz de promover um desenvolvimento alternativo e atemporal da tradição e do futuro chines. Embora a superfície dessa forma funcione como um recipiente de metal para proteger o interior dos invernos rigorosos e das frequentes tempestades de areia da região, metaforicamente essa camada externa opera como um escudo que protege a preciosa cultura e história da cidade do crescimento desconhecido da própria cidade”afirmam os arquitetos em seu memorial. Parece que previam esta possibilidade de a cidade ficar abandonada e ter que proteger a cultura para um futuro.




Fundada pelo arquiteto chinês Ma Yansong em 2004, a MAD Architects é uma empresa de arquitetura global comprometida com o desenvolvimento de projetos futuristas, orgânicos e tecnologicamente avançados que incorporam uma interpretação contemporânea da afinidade oriental pela natureza. Com sua filosofia de design principal da cidade de Shanshui - uma visão para a cidade do futuro baseada nas necessidades espirituais e emocionais dos moradores - a MAD se esforça para criar um equilíbrio entre a humanidade, a cidade e o meio ambiente.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Millennium Bridge uma ponte simbólica.



No dia 30 de dezembro de 1940 nazistas atacam novamente Londres, tudo em volta da Catedral St. Paul está destruído menos a catedral, que surge da nuvem de cinzas, como um símbolo forte de resistência e esperança de vitória, tão importante para uma cidade altamente castigada. 




Para ter uma ideia do tamanho do bombardeio chamado de Blitz pelos londrinos acompanhem este mapa interativo que mostram os locais que as bombas caíram.



A catedral sobreviveu graças às ordens do primeiro ministro Winston Churchill que ordenou a um grupo valente de bombeiros que tentassem apagar o fogo assim que começasse.

500 aviões alemães, 600 toneladas de explosivos, 1500 incêndios, 800 pessoas mortas e mais de 2000 feridos, e a catedral sobreviveu e junto o espirito de uma Inglaterra unida contra os nazistas, tudo descrito no livro Memórias da Segunda Guerra Mundial de Winston Churchill. Isto aumentou o significado simbólico da Catedral St. Paul para a cidade de Londres.



Por tudo isto a Millennium Bridge traz um projeto de Norman Foster (que tem muita coisa boa na cidade), igualmente simbólico para a cidade do futuro mostrando como Londres deveria crescer. É fantástico seu desenho, sempre que a visito com grupos alguém se emociona a ponto de chorar.




É uma travessa que se inicia na catedral em direção ao rio Thames, a pé, é uma passarela de pedestres, olhando para a frente, para o novo milênio e deixando a catedral nas costas, porém ao chegar do outro lado, uma referência ao atravessar o milênio, para ingressar devemos tornar a caminhada e olhar de novo para a catedral, para o  passado, a qual está perfeitamente enquadrada, e o descer remete a ir às bases daquilo que permitiu a cidade sobreviver e ingressar nos novos tempos, significa: resistir e ter esperança de manter-se unidos. (percebam na foto o pilar da ponte coincide com o sustento da catedral).



A ponte liga os dois lados da cidade. Agora do outro lado o Novo a Tate Modern ( antiga central elétrica de Bankside), tem um jardim que olha para o passado, e a cidade cresce no novo milênio com arte, design, arquitetura e criatividade. Uma aula obrigatória para entender que passarelas, pontes são muito mais que construção civil, com arquitetura podem ser construção da memória.